O tema é complexo, eu sei. Normalmente evito conversas sobre religião porque é uma questão muito pessoal e facilmente podemos ferir alguém com aquilo que dizemos. 
Ao fim de 10 anos de catequese desisti a um mês de fazer o crisma. Desisti porque já não me fazia sentido. Comecei a questionar, a desacreditar. Tornou-se demasiado incómodo para mim. Hoje posso dizer que não acredito na religião. Em nenhuma!  Não acredito porque vejo contradições entre o que se diz e o que se faz, porque me parece que é mais uma bela forma de controlar pessoas, de manipular. Isso afastou-me da minha espiritualidade e tornei-me reticente face a esses assuntos.

Hoje visitei a Clara no centro budista onde vive desde há dois anos. Já falei dela antes (aqui): é uma amiga e é budista desde sempre. Eu e a Clara temos uma relação de respeito profundo uma pela outra. Respeitamos as nossas formas de pensar e de viver. Ela partilha comigo detalhes do budismo e eu faço perguntas porque me interesso de verdade, porque sei que regula a vida dela e também posso aprender com isso. Ela aproxima-me um pouco mais do meu lado espiritual. Quando estamos juntas dou comigo a pensar que independentemente da religião ou filosofia de vida que tenhamos, há coisas que são comuns e transversais a qualquer rótulo que se lhe possa colocar. O bem e o mal estão subjacentes à nossa existência e podemos escolher que atitudes ter na vida. Podemos optar por viver ou por sobreviver. Podemos mudar, evoluir, ou estagnar. Isso é a vida, as opções que fazemos e a relação que temos connosco e com o mundo. Nisso, na vida, tenho fé. De verdade!  

2 comentários

  1. Revi-me um pouco neste texto. Eu andei nove anos numa escola católica e hoje em dia sou agnóstica. Sempre fui aquela miúda que nas aulas de catequese passava o tempo inteiro de mão no ar para fazer perguntas e mais perguntas e nunca me deram respostas que achasse serem minimamente convincentes. Sou da opinião que a biblia tem demasiadas contradições e, na verdade, também sou da opinião que qualquer religião tem trazido mais guerras que paz.
    Mas respeito as ideologias das pessoas, cada um é mais do que livre em acreditar naquilo que quer.
    Apesar disto, sinto alguma curiosidade pela filosofia budista, e acredito piamente no karma e no poder das boas e más energias :)

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