1. Da janela vejo isto
Pois é, foi uma viagem pelo reino encantado da Baviera e do Rei Ludwing II, que veio-se a descobrir e era um grande maluco mas, ainda assim, ultra revolucionário para a altura. Como achei o rei e o seu reinado bastante interessantes, decidi que este relato vai ser feito em modo de roteiro turístico, portanto sentem-se, relaxem e aproveitem a informação se vos aprouver! 

2. Outras janelas


A viagem começou em Füssen, quando conseguimos lá chegar (porque o GPS que actualizei com tanta satisfação vai-se a ver e não tinha o mapa da Alemanha!). O Sérgio, ao dar-se conta deste pequeno facto importantíssimo, proferiu um rechonchudo e conformado"Não sei porque é que ainda te confio estas coisas". Felizmente há mapas à venda nos postos de abastecimento e placas na estrada, portanto o problema não foi chegar a Füssen, foi mais encontrar o apartamento. Descobrimos que Füssen pode ter numa mesma rua muitos números 26. Ficámos portanto agradecidos ao senhor alemão que nos encontrou perdidos no meio da rua a meio da noite e mesmo sem falar inglês ou nos conhecer de lado nenhum, nos levou para sua casa e daí telefonou para o número de contacto que tínhamos na folha da reserva do apartamento.

3. Lechfall de águas cristalinas














Lechfall fica logo à saida de Füssen, em direcção à Austria. Curiosamente os percursos mais curtos para chegar aos sítios da Alemanha que queríamos visitar implicam atravessar uma parte do país vizinho, por isso tivemos oportunidade de visitar alguns lagos Austríacos também. Foi uma viagem de caminhadas, natureza, trilhos na montanha, acontecimentos improváveis e muitos quilómetros percorridos, tanto de carro como a pé.

4. A cabana











5. O comboio para Zugspitze


Zugspitze é o ponto mais alto da Alemanha e por isso decidimos fazer o percurso a pé até o mais aproximado que nos foi permitido do topo. Há opção de ir de comboio até determinada parte, mas nós queríamos mesmo era caminhar. Também há teleféricos. O que não sabíamos é que sendo Abril o mês do degelo, o topo está interdito mas, ainda assim, foi muito agradável a caminhada pela floresta. 

6. Casas de madeira plantadas por todo o lado







Aos pés das montanhas, a paisagem é plana e verde. No meio dos campos encontramos frequentemente estas casotas de madeira em perfeita sintonia com a natureza envolvente. Espreitei para dentro de algumas e percebi que são utilizadas para guardar coisas como instrumentos agrícolas, feno e madeira.

7. Zugspitze, a montanha











8. Árvore em flor












Grainau é uma pequena vila que fica aos pés da montanha e por aí se iniciam os trilhos. Todas as casas se envolvem harmoniosamente com a natureza envolvente, pelos pequenos detalhes de madeira presentes nas casas e nos jardins.

9. Varandas, varandins e varandonas











10, 11 e 12. Pequenos detalhes













13, 14, 15 e 16 . Aos pés de Zugspitze




































Um outro ponto da viagem foi a visita a Shcwangau, essa sim já mais movimentada do ponto de vista turístico. Aí a atracção são os dois castelos, onde habitou Ludwing II, Rei da Baviera. Diz-se deste rei que foi um monarca excêntrico. Para além da sua paixão por palácios, onde gastava dinheiro de forma desmesurada, era um viajante que recolhia ideias arquitectónicas e decorativas noutros países e as implantava nos seus palácios. Assim contribuiu para deixar um vasto legado arquitectónico. Mandou construir três palácios e morreu em circunstâncias desconhecidas afogado num lago, um dia depois de ter sido considerado insano e lhe ter sido retirado o seu reinado. A morte, assim como a sua insanidade, são até hoje uma história mal contada, ao que parece. Nunca casou (desistiu do noivado com uma duquesa da Baviera a dois meses do casamento) e nos últimos tempos da sua vida tornou-se noctívago.  

17, 18 e 19. A descoberta de Hohenschwangau












Sendo o palácio da família, aqui viveu Ludwig II durante vários anos e serviu-lhe de inspiração para a construção dos seus próprios palácios.




























20 e 21. Inspirando-me em Neuschwanstein 


Ludwig II decidiu que queria o seu próprio palácio e deu nisto. Não se pode fotografar o interior (o segredo é a alma do negócio, não é verdade?), mas garanto que é digno de se ver. Por aqui percebe-se bem a cultura geral que o rei da Baviera tinha, assim como a excentricidade e ideias modernistas. Era muito à frente do seu tempo, acreditem. Walt Disney inspirou-se em Neuschwanstein para desenhar o palácio da Cinderela e imagem de marca da Disney. O castelo foi mesmo nomeado como uma das 21 Maravilhas do Mundo. O palácio está inacabado, já que o rei morreu antes do seu término e por esse mesmo motivo a Sala do Trono não tem o dito cujo, que estava ainda em construção e não chegou a ser concluído.

 22, 23 e 24 . Uma outra vista a partir de Marienbrücke
Marienbrücke é uma ponte suspensa. Foi inicialmente construída em madeira, mas Ludwig II decidiu que, pela localização acima de uma fantástica cascata e pela vista única que oferecia de Neuschwanstein, deveria ser imortalizada e por isso ordenou a sua reconstrução em aço.


























A moda dos cadeados de Paris anda a espalhar-se pelas pontes do mundo. Eu não fiquei muito tempo em cima da ponte porque detesto alturas, mas consegui ajoelhar-me para fotografar este cadeado com os cisnes, símbolo de Shcwangau.

25, 26 e 27. Desafiando-me na Highline 179 

Por falar em pontes suspensas, demos um saltinho à Áustria para visitar a maior ponte suspensa pedonal da Europa. Inaugurada em 2014 trata-se de uma maravilha arquitectónica vencedora do Guiness Book Awards. Já disse que não gosto de alturas? Já. No entanto, achei que conseguia atravessá-la e consegui. Se me arrependi da proeza pelo caminho quando um pouco antes do meio aquilo começou a abanar? Sim, arrependi-me. Mas agarrei-me ao corrimão, respirei fundo umas quantas vezes e lá fui eu, sem olhar para os lados ou para baixo. O caminho de regresso implicava atravessar novamente a ponte e por isso agarrei-me ao Sérgio com todas as forças que tinha e muito dignamente lá fui, passo a passo. Ele deu-me conversa, o que me distraiu da paranóia de pensar que estava a 114 metros de altura e que ia morrer se olhasse para o lado. Custou-me menos, nessa vez. Se fiquei com vontade de uma terceira travessia? Não, obrigada.

28, 29, 30, 31 e 32. Pela Áustria















33, 34, 35, 36, 37 e 38. À chuva em Linderhoff
















No último dia fomos presenteados com chuva e frio, mas isso não nos dissuadiu de visitar um outro palácio de Ludwig II, aquele em que viveu durante oito anos consecutivos e que tem sobretudo influências arquitectónicas francesas. O interior mais uma vez não é fotografável, mas tem uma grandiosidade imponente. Os jardins são também bonitos de se ver e percorrendo os mesmos chegamos à Casa de Chá, completamente decorada ao estilo marroquino assim como a Casa Marroquina. Há ainda a gruta artificial, mais uma excentricidade do Rei da Baviera. Para a decoração da gruta inspirou-se na ópera de Wagner, de quem era super fã. No interior da mesma, a partir dos seus camarins colocados em dois pontos estratégicos, podia, sozinho (pois não era permitida entrada a mais ninguém), ouvir a música do compositor. Até estava instalado um sistema de iluminação de diferentes cores, para criar diferentes tipos de ambiente.

















Posto tudo isto, quem viveu um pequeno conto de fadas por estes dias fui eu. Por mim ficava eternamente a viajar e de facto cada viagem é um investimento, pela descoberta do mundo que nos proporciona. Quero mais!  

9 comentários

  1. As fotos estão lindas :) Não conhecia nada!

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  2. Que invejaa da boa, estiveste em sítios lindoos :) e dos quais nunca tinha ouvido falar!

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  3. Adorei as fotos e o resumo da viagem! :) Gabo-te a coragem por teres conseguido atravessar essa ponte... eu com as minhas vertigens não sei se teria conseguido! Viste paisagens mesmo lindas. Gostei particularmente da foto da cabana :) Beijinhos

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  4. Este teu post já tem algum tempo mas tinha mesmo de comentar. As fotografias são maravilhosas e o relato/roteiro excelente. Não conhecia alguns desses sítios mas fiquei com uma enorme vontade de visitar, parece que veio tudo directamente de um conto de criança!

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  5. Há imenso tempo que a Baviera (e basicamente o resto da Alemanha) é um dos destinos de topo a visitar num futuro próximo (espero eu). Mas por enquanto essa oportunidade ainda não chegou...

    Haja gente honestamente e simpática neste mundo. Há vários anos atrás também tive uma experiência algo semelhante, mas na Galiza, que se tornou muito mais fácil por quase não existir barreira linguistíca lá.

    As fotografias estão fantásticas e a paisagem é mesmo de deixar uma pessoa de queixo aberto. E eu ainda por cima adoro a paisagem de montanha. E adorei os detalhes das casas. Sem dúvida adoráveis e que tornam qualquer cantinho mais nosso. Hahahah essa moda dos cadeados é uma autêntica praga. Se fosse permitido parar na Ponte 25 de Abril ou na Vasco da Gama, estou certa que alguém já se teria lembrado de semelhante coisa. Okay a vista daquela ponte na Áustria deve ser fantástica, mas as fotos já me estão a fazer ficar com calafrios e tenho os pés bem acentes em terra firme. E claramente não há exageros quando se diz que o homem era excêntrico.

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  6. Boa noite. Como se deslocou de fussen até a highline? É possivel de trem ou ônibus?

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  7. Olá Gonçalo. Nós fomos de carro. Creio que haverá autocarros, porque lembro-me de ver autocarros no parque de estacionamento da Highlibne, mas sinceramente nesta viagem não explorei a deslocação por transportes públicos.

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