PADRÕES. O 6 on 6 continua e este é já o quinto mês, dá para acreditar? O mais engraçado é que começámos sem saber bem no que ia dar mas temo-nos mantido cheias de genica, apesar dos mil e um afazeres que nos assolam a todas. Nos bastidores do 6 on 6 a escolha dos temas tem sido tão natural e consensual que nem dá para acreditar. Inicialmente fizemos uma lista, votámos os temas preferidos mas depois não decidimos exactamente o que fazer com ela. Acontece que de forma natural, a cada mês uma de nós sugere um novo tema da lista (ou sem ser da lista, tanto faz!) e tem calhado que as restantes simplesmente alinham sem discussões. Acho que estamos tão ávidas pelo desafio que todas as ideias são sempre bem vindas.






















Em Abril como tinha que ir de viagem para os Açores lembrei-me que era uma boa oportunidade para fotografar para o próximo 6 on 6, aproveitando a inspiração que me trazem os novos lugares. Assim, sugeri que o tema fosse padrões porque me andava a bailar na cabeça já desde Março. Todas concordaram e com a mochila na bagagem e o tema na cabeça, lá fui rumo à Ilha de São Miguel.

A primeira foto, dos azulejos, foi mesmo o início deste tema para mim. Na verdade não encontrei aqueles azulejos nos Açores mas sim quando andava a fotografar para o 6 on 6 de Março. Quando vi aquele padrão de azulejos tão portugueses, resistentes ao tempo na parede branca de uma casa antiga, percebi que queria fotografar mais padrões quando tivesse oportunidade. O mais engraçado é que naquela primeira foto dei comigo seduzida não pelo padrão em si, mas pela interrupção do mesmo, a sua descontinuidade. Essa ideia tem persistido em mim desde então e quando comecei a fotografar para este mês percebi que queria fixar-me justamente no entretanto e na cessação que pode existir num padrão.  

Daí que eu pense que se há algum padrão comum a todas as minhas fotos deste mês, ele é o padrão da descontinuidade. A descontinuidade das riscas cinzentas, brancas e vermelhas daquele telhado, o vidro rachado que interrompe o foco no padrão das persianas laranja, os apontamentos de calçada escura numa rua de calçada branca, as riscas vermelhas e brancas que dão lugar às tábuas em cor de madeira natural. E por fim, um pouco mais abaixo, as folhas verdes, cada vez mais curtas, que vão deixando mais espaço ao céu atrás de si. 























Porque é que a descontinuidade dos padrões me atraiu? Sempre me atraíram mais as diferenças do que os pontos iguais e acho que numa sociedade tão padronizada como a nossa, em que tanta uniformização nos é exigida, é quase um luxo conseguirmos sentir-nos atraídos pelo diferente, por aquilo que rompe com a lógica adquirida e que, a páginas tantas, deixamos de questionar. Por isso me apeteceu desconstruir padrões, porque me interessa não a sua ausência, mas a ideia de que é possível romper com eles a qualquer momento, se quisermos.   























Estou mesmo, mesmo entusiasmada para ir espreitar os blogues das outras meninas porque acho que cada uma de nós tem evoluído de forma fantástica neste desafio. Vocês também vão espreitar, certo? Aqui ficam os links, para que não hajam desculpas :)

16 comentários

  1. Excelentes foto, Vânia! Acho que este mês é bem capaz de ser dos que produziu os melhores resultados até agora para todas ahah! E gostei muito da reflexão que fizeste, associada às imagens. Tens toda a razão. Quebrar os padrões é quase um luxo, e tu apanhaste quebras lindíssimas nas tuas fotos!

    Jiji

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    1. Também gostei muito das fotos de todas Joana, este mês esmerámo-nos sobretudo porque me parece que todas tentámos fugir do óbvio, cada uma à sua maneira :D

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  2. Adorei a tua descontinuidade de padroes. Ficaram fabulosas as fotos :)

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  3. Uau! Estás cada vez melhor, menina linda. A da folha deixou-me vidrada de tão pura e singela.

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  4. Tinhamos que fotografar a calçada e o azulejo, não é? Gostei muito das tuas fotografias, a da teia de aranha foi mesmo certeira.

    A descontinuidade que deste ao tema foi muito bem conseguido, estás de parabéns!

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    1. Ó pá, verdade, verdadinha. São tão irresistíveis! :)

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  5. A descontinuidade dos padrões é, de facto, uma boa reflexão e interpretação, Vânia. Adorei a fotos do vidro partido e o facto de algo supostamente destruído conseguir - ainda assim - ter tanta beleza visual. :)

    Joan of July

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    1. Também gostei muito dessa. E no fundo são dois padrões, o padrão das persianas e o padrão do efeito teia de aranha.

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  6. Adorei a tua análise dos padrões e da sua descontinuidade. Muito bom mesmo :)
    Gostei imenso da terceira e da última :D

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  7. Gosto de fotografias assim, que mostram um padrão ou simplesmente um pormenor.

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  8. Estas fotografias estão mesmo fantásticas. Gostei desta interpretação do tema, e penso que foi muito bem escolhida. A terceira fotografia é a minha favorita :)

    Eu não sei se é um luxo; muitas vezes penso é que lá no fundo nós sentimo-nos atraídos pelo diferente e desconhedio. Ou pelo menos é assim que eu vejo.

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    1. Obrigada Maria. Acho que a terceira foto é consensual :) O que é diferente tanto pode causar atracção como repulsa ou resistência, parece-me. Tudo depende da forma como reagimos a isso. A mim atrai-me :)

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