Bloggers Secret Santa
28.12.16
A Marta do blogue "Viver a Viajar" teve este ano a excelente ideia de dinamizar um Bloggers Secret Santa, portanto desafiou-me a entrar nesta espécie de amigo secreto blogosférico. Eu, como já vem sendo hábito, aceitei, e dei comigo com esta tarefa a braços de ter que comprar um presente para uma pessoa desconhecida. Fui a Secret Santa da Catarina, do blogue "Mundo Indefinido" e a minha sorte foi que ela tinha uma wish list de livros e um blogue todo mimoso que me permitiu conhecer os seus gostos.
Os meus 5 must-have deste ano
17.12.16
Este ano adquiri cinco itens que classifiquei como os meus must-have, porque já não sei viver sem eles (sei, mas não quero). Nem todos são relacionados com moda e acabei de reparar que nenhum é um par de sapatos, o que é estranho porque, enfim...sou eu que estou a escrever isto! Adoraria colocar na lista uma botas pretas de estilo militar, mas ainda não encontrei aquelas que me fazem acelerar o coração sem sentir que me estão a assaltar a carteira.
Adiante... :)
Adiante... :)
6 Dicas para a escolha dos presentes de natal
14.12.16
Bem tenho tentado abolir os presentes de natal da minha vida, mas ninguém parece gostar da ideia de passar um natal em branco, sem prendas. Eu bem que começo todos os anos, sobretudo junto da família (porque somos uma carrada de gente), com aquele história de que o Natal é paz e amor, é estarmos todos juntos, é a boa conversa e empanturrar-nos em empanadilhas e boas risadas, mais "os presentes deviam ser só para as crianças", mas toda a gente me olha meio de lado, instala-se um silêncio constrangedor e a conversa termina com a minha avó a dizer: "Isso não tem jeito nenhum, não haver presentes. Faz o que quiseres mas eu vou sempre oferecer-vos qualquer coisa". Pois eu não quero ser a ovelha negra da família (já me basta ter um blogue, a mania que sei de coisas que as outras pessoas não compreendem muito bem, mais o estranho hábito de me vestir de maneira que nem sempre reúne consenso e de achar sempre que tenho algo a dizer sobre os assuntos, mais a mania de andar a fotografar tudo e todos) portanto, nisto do Natal acabo sempre por me calar e deixar-me levar pela maré. Portanto, entre os amigos secretos aqui e ali, as lembrancinhas para um ou outro amigo mais chegados e a família, lá dou comigo todos os anos enredada com as compras, os presentes e a terrível questão: o que oferecer à pessoa X?
Fotografia nocturna de rua | 7 ideias para partilhar
12.12.16
No sábado participei num workshop de fotografia nocturna de rua. Dupla dificuldade, não é? E tripla motivação, porque para ser sincera fiquei muito entusiasmada pela oportunidade de fotografar na rua, à noite (já tinha ficado com o bichinho desde o 6 on 6 de junho), e sobretudo acompanhada por um profissional (tanto que acabei por andar a observar e a conversar com o Vitor Pina muito mais do que estava preocupada em fotografar). Foi um workshop prático em que saímos mesmo para a rua e fomos conversando e testando de forma muito natural, enquanto interagíamos com as pessoas, comíamos castanhas assadas ou parávamos para trocar ideias nos sítios mais tranquilos. Como tenho memória curta e há meia dúzia de ideias (não só sobre fotografia nocturna ou de rua, mas sobre fotografia em geral) que me ficaram desta experiência, e que me pareceram dignas de registo, decidi partilhá-las por cá. Vamos lá saber quais?
6 on 6 | Dezembro 2016 [and it's time to say goodbye]
6.12.161. Fruta
O mês sem tema. O mês que poderia ter todos os temas. O último mês.
O mês sem tema. O mês que poderia ter todos os temas. O último mês.
Faz hoje precisamente um ano que anunciávamos, nos nossos blogues, o início deste 6 on 6. Doze meses e setenta e duas fotos depois cá estamos, desta vez para dizer ao mundo que este projeto fotográfico chega ao fim. Não faz mal, é mesmo assim e o fim de uma etapa pode representar o início de outra. Está subjacente à ideia de projeto o princípio de que tem um tempo limitado, e por vezes esgotamo-nos nos desafios que impomos a nós mesmos, por isso é preciso saber dizer adeus, fechar a porta, refletir sobre o bom e o mau e seguir em frente. Nós, que nem tínhamos ideia de quanto tempo isto ia durar, e fomos um pouco ao sabor do vento, terminamos com a mesma coerência e concordância com que iniciámos. Até nesse sentido tem sido perfeito.
De menina a menina
29.11.16Hoje lembrei-me daquele momento, quando era uma pirralha a entrar na adolescência, em que o Raul (um amigo de infância do meu pai) me tratou por "menina". Recordo-me de me ter empertigado, eu, já tão crescida, dizendo-lhe para não me tratar assim, porque claro, "eu já não sou nenhuma criança". Ele respondeu-me que tudo bem, desde que eu não o voltasse a tratar por "senhor". Ficámos os dois esclarecidos quanto a isso.
A agenda 2017
21.11.16
Não funciono sem papel na minha vida. Essa ideia de usar o tablet ou o telemóvel para apontar tudo, por muito prática que seja na hora de reduzir a carga que temos que carregar, para mim não dá. Não prescindo de folhear um livro, de fazer os apontamentos com a minha letra apressada e imperfeita, de me enganar e riscar e de fazer setinhas para organizar ou ligar ideias. Não abro mão dos post it coloridos nos cadernos e agendas e, apesar de recorrer pontualmente ao google keep no telemóvel para apontar isto ou aquilo, o mais importante fica sempre em papel.
Today's thought
9.11.16No dia em que o Trump ganha porta aberta para presidir à América e com isso possivelmente influenciar muito negativamente os destinos do mundo, estou triste e angustiada (mesmo sabendo que nem tudo está perdido, que existe o Senado e o diabo a quatro, mas estou triste. Triste porque ganhou alguém que não respeita a ideia do mundo melhor que muitos de nós queremos criar).
Três livros sobre a complexa existência humana
8.11.16
No leque das minhas leituras do último ano e meio, constam três livros que abordam a complexidade que está inerente e é, por vezes, condição da existência humana. São livros que dão o salto para o interior de personagens que nem sempre são bonitas, que apresentam mentes intrincadas e pensamentos ou sentimentos bizarros. Debruçam-se sobre personas cujas ações não são politicamente corretas, mas que nos relembram que a condição humana é isso, os instintos mais primários que recalcamos dentro de nós, absorvidos pela civilidade, mas que podemos, quem sabe, libertar, perante situações extremas. São três livros que têm, quanto a mim, um pé no verdadeiro, vagueando sem subterfúgios pela intrigante mente humana.
6 on 6 | Novembro 2016
6.11.16
Outono, a estação da monotonia. Sinto que, quando chega, arranca de mim o verão e leva-o para longe, afastando-me do sol que me aquece os sentidos. É ele que enceta a frieza anunciada do inverno e traz consigo as primeiras chuvas. Despe as árvores e mata-me a alma, deixando-me em estado um pouco letárgico. Não o amo, não o venero, habituo-me a aceitar-lhe o humor incerto e aproveito o que tem em si de bom, esse aconchego das mantas nas pernas, o chá reconfortante enquanto leio um livro e o pôr-do-sol mais lindo, num céu marejado de nuvens cor de fogo.
Rendi-me às Mom Jeans
29.10.16
Sou esquisitinha com jeans e calças em geral. Na adolescência usava "calças à boca de sino" daquelas largas, mesmo largas, que tapam os sapatos e arrojam pelo chão. Quando chovia molhavam-se todas e era uma grande porcaria, mas eu e mais de metade da malta da altura achava aquilo o máximo. Não sei como é que conseguia andar dias inteiros sem ver os sapatos, mas acho que simplesmente não me importava com isso: dois pares de sapatilhas chegavam-me perfeitamente para ser feliz e não fazia questão de as ver.
Mid season | Meia dúzia de peças que dá jeito ter no armário
20.10.16
Quanto a vocês não sei, mas, no que a mim diz respeito, as meias estações dão-me a volta à cabeça em termos de outfit. Para mim são a área cinzenta, o nim, o nem carne, nem peixe em termos de vestimenta. Prefiro quando tudo funciona a preto e branco: se faz calor melhor, põe-se um trapo qualquer, mas se não faz, que venha frio a valer para não ter dúvidas que tenho que me encher de roupa. Mas na primavera e outono não abunda o calor, nem o frio e ao longo de uma mesma semana as temperaturas variam, pode haver chuviscos, um bocado de vento, um calor insuportável na rua e uma certa frescura dentro de casa, ou vice-versa... enfim, todos os cenários possíveis, às vezes num mesmo dia. Por isso é importante estarmos preparados e ter algumas peças versáteis, usar e abusar do efeito camadas e privilegiar o conforto. Querem saber quais as peças de que não prescindo nas mid seasons? Follow me!
Os loucos
10.10.16Trincava uma torrada pela manhã quando me ocorreu a lembrança de uma rapariga que conheci há uns anos atrás. A miúda era de Lisboa e estava a viver em Faro num armazém abandonado, com um cheiro desagradável a humidade, no outro lado da linha do comboio, onde ninguém vai, junto à Ria Formosa. A mãe era jornalista e ela própria estava a estudar jornalismo quando, "para se libertar das opressões da sociedade", decidiu abandonar tudo para viver livre. Achei-a louca na altura, enquanto bailava acariciada pelo pôr-de-sol outonal, depois de me ter contado a sua história. Hoje ao lembrar-me dela, antes de ir para o trabalho, pensei que não é tão mais louca do que nós, os restantes mortais, que optamos por trabalhar uma vida inteira para ter meia dúzia de tostões, para conseguir manter um estilo de vida mais ou menos razoável e comprar os bens que a sociedade, os media e sabe-se lá mais o quê, nos convencem que precisamos para viver, privando-nos por isso, muitas vezes, de nos dedicarmos a fazer aquilo que nos dá realmente prazer na vida. Perante isto, quem são os loucos afinal?
[Imagem de autor desconhecido]
6 on 6 | Outubro 2016
6.10.16
E o tema deste mês qual é? ARQUITECTURA. Porquê? Gostaria de dizer que há uma história fantabulástica sobre o nosso interesse pelo tema arquitectura, mas a verdade é que estamos metidas nisto porque a Catarina Coelho sugeriu o tema e nós, simplesmente, como já vem sendo hábito, dissemos que sim. Correu-nos bem porque parece que, coincidentemente, esta semana decorreu o Dia Mundial da Arquitetura. Não pensámos nisto na altura, mas é uma prova de que o universo está alinhado connosco (ou nós com ele? Enfim, não vamos por aí!).
Os piropos
30.9.16Era o fim de uma manhã de sábado e havia uma silenciosa azáfama no local onde decorre o mercado semanal cá da terra. Os feirantes desmontavam as suas bancas e eu vinha do trabalho, passando a pé numa rua mesmo ali ao lado. Tinha uma t-shirt largachona vestida, uns shorts de ganga e uns stilettos calçados. Por isso ou por outro motivo qualquer, durante o percurso até chegar ao carro tive que ouvir as bocas de dois cabrões que inromperam do nada, como se tivessem o direito de comentar sobre as minhas pernas, sobre o faço-te isto e aquilo e sabe-se lá mais o quê. Não passava mais ninguém além de mim e à excepção daquelas duas almas todos os restantes se mantiveram ocupados nas suas tarefas. Quis-me parecer que éramos só eu e eles e eu a ver-me tão vulnerável. Não me senti minimamente lisonjeada, apenas apressei o passo para chegar mais rápido ao carro e deixar de os ouvir. Senti uma raiva crescente dos dois por me tratarem como um objeto e por perceber que ser mulher, nos tempos que correm, ainda é, entre tantas outras coisas, isso: o não poder vestir o que queremos e circular na rua sem que estejamos sujeitas a este tipo de situações.
Conclusão: este blogue segue ao sabor do vento
26.9.16
Num destes dias dei comigo a pensar na resposta à seguinte pergunta: "Se tivesses que descrever o teu blogue, o que dirias sobre ele?". Não me perguntem como é que a ideia surgiu (se bem que, cá entre nós, acho que deve ter sido durante o banho. Por algum motivo a água corrente do chuveiro traz-me sempre ideias inesperadas), mas o que é certo é que fiquei sem resposta e ando até hoje, nas horas vagas, a reflectir sobre o assunto. Se tivesse que responder sucintamente, diria que o meu blogue é sobre tudo e sobre nada. É um pouco como um diário aberto, um sítio onde faço apontamentos que podem ser biográficos, estapafúrdios e até fúteis, ou, naqueles dias mesmo inspirados, carregados de sentido. A verdade é que por aqui fala-se de tudo e de nada. Aborda-se o que apetecer, sem precipitações ou obrigações de publicar no dia "x" para não deixar isto ao abandono. É uma extensão de mim, do que sinto, penso e gosto e da forma como me relaciono com o mundo. É uma página em branco onde dependendo da minha disposição escrevo para mim, porque preciso de exteriorizar para me organizar, ou para vocês, porque me apetece conhecer-vos e saber como se posicionam sobre algo. É um espaço meu, nosso, vosso, onde as palavras e as fotografias são a minha relíquia mais importante. Este blogue é isso, uma ausência total de qualquer linha editorial, que surge de mim para mim e de mim para o mundo e segue, simplesmente, ao sabor do vento.
Os amigos
21.9.16
Temos todos, felizmente, muito que fazer, ocupados entre o trabalho e outros compromissos. Os encontros são muitas vezes resultado de uma ginástica grande, mil e uma tentativas de marcar datas em comum, dias e horas em que possamos estar juntos. Marcamos, desmarcamos, pensamos e repensamos planos. Não é fácil conciliar a amizade com o resto da vida, é preciso uma boa dose de paciência e uma certeza muito grande de que os verdadeiros amigos não vêm e vão, ficam. Permanecem mesmo quando passam meses, por vezes até meios anos sem nos vermos, assoberbados por tantos outros compromissos. Mas há aqueles dias, como o de hoje, em que depois ou antes do trabalho, nas entrelinhas de uma e outra coisa, nos encontramos, seis à volta de uma mesa, com panquecas e crepes deliciosos e falamos como se nos tivéssemos encontrado ontem. Esses são os momentos porque vale a pena esperar. Apesar de ser um grande cliché, a verdade é que a vida ganha muito mais sentido nas pequenas coisas. E sim, os amigos são mesmo a família que escolhemos.
Ser radical
20.9.16
Ser radical é abraçar uma causa de tal forma que se deixa toldar a capacidade de aceitação de que o outro tem direito a um posicionamento diferente, quebrando assim qualquer hipótese de diálogo construtivo. Ser radical é perder facilmente legitimidade e correr o risco de cair nas formas de estupidez mais redutoras de qualquer ser humano. Ser radical é uma treta muito grande, seja qual for o movimento ou causa de que se esteja a falar.
Today's thought
14.9.16
A culpa não é do parvalhão que tive que aturar esta tarde ao telefone, a culpa é minha que ainda não criei filtros suficientes para lidar com gente parva. E preciso urgentemente de os criar.
A tia Maria
13.9.16Lembro-me do dia em que fui com o Sérgio buscar a tia Maria ao aeroporto e nos deparámos com uma velhota baixinha atrafulhada em malas e roupa. Encontrei-a exactamente como a lembrava e perguntei-me como é que os anos parecem não passar por ela. Era um daqueles dias de calor do início de junho e lá estava ela, toda encasacada e sorridente, completamente derreada da viagem e a queixar-se da lonjura dos corredores do aeroporto de Lyon. A tia Maria veio de França de avião, no auge dos seus 85 anos, para passar os três meses do verão connosco. A aventura dela estava a começar, entregue a uma família onde somos muitos, muito malucos e ela já nada habituada a grandes confusões. As semanas voaram e no meio do tempo a passar muitos foram os dias em que esteve connosco, outros em que foi passar o dia com as outras sobrinhas e a irmã, ou as amigas. A tia Maria não parou nestes três meses de verão e facilmente nos esquecemos que por detrás de tanta genica estão escondidos tantos anos de vida. Contudo, o verão passou e hoje o dia acordou chuvoso. Curiosamente as primeiras águas anunciaram o fim da estadia da tia Maria e hoje fiz novamente o caminho até ao aeroporto, desta vez com o coração apertado e a sensação de que o nosso tempo se esgotou. Nunca hei-de habituar-me a esta certeza de que tenho que deixar partir aqueles que amo. Hoje choveu lá fora e choveu, ainda chove, dentro de todos nós.
Today's thought
12.9.16
Resumindo: os fins-de-semana fazem-me muito bem e as segundas fazem-me muito mal. :)
[Pic via Pinterst]
[Pic via Pinterst]
Organizar ou não organizar? Eis a questão!
Sou uma fanática da organização ao ponto de ficar com fernicoques se vejo papelinhos e merdinhas espalhadas sem nexo por cima de móveis e outros que tais. Isso agregado ao facto de que não sobra propriamente espaço para guardar tudo aquilo que tenho, obriga-me a ter algum método na forma como arrumo os meus essenciais. Portanto querem saber que ideias me guiam neste mundo da organização? Follow me! :)
Setembro
10.9.16
Setembro é um pouco como janeiro... instala-se uma certa monotonia. Passa-se todo o ano à espera do verão e heis que ele passa num foguete. Rapidamente começamos a ver as horas de sol a encolher e os dias a ficar menos quentes. De repente já não há grandes planos de férias e de ir para aqui e para ali. Há apenas o regresso à rotina e ao trabalho, às perspectivas do que poderá acontecer. Para combater isso gosto de fazer planos para setembro, de manter os dias de praia ao fim de semana, de aproveitar a família, as leituras e as esplanadas com os amigos. Não tenho pressa que chegue a monotonia do outono e nem que me arrebate o espírito natalício. Para mim o verão continua até que cheguem as primeiras águas e o frio me obrigue a deixar de lado as sandálias, as havaianas, os tops de algodão e os shorts (ainda que gradualmente comece a combiná-los com roupa ou calçado ligeiramente mais quente). O verão termina definitivamente quando calço as galochas e sinto frio nas pernas. Por isso para mim setembro ainda é um continuar de tudo o que me faz bem, sem pressa de chegar aos dias de folhas amarelecidas e de cheiro a terra molhada.
E vocês, o que vos traz setembro?
E vocês, o que vos traz setembro?
Hoje
5.9.16
Acordo e percebo que apesar das oito da manhã já está um calor abafante lá fora. Penso que o destino ideal para hoje seria um mergulho no mar, um livro à beira mar e uma bebida fresca. Logo depois apercebo-me de que não só hoje é segunda-feira como é dia de regresso ao trabalho. Estou em paz, gosto do meu trabalho, mas é sempre difícil reprogramar o cérebro para o modo pós férias, para o regresso à agenda, aos dias cheios e às responsabilidades. Hoje vou estar em modo slow motion, parece-me. É o que se pode arranjar.
Fui para fora cá dentro | Aveiro
31.8.16
Fomos apesar dos incêndios, estrada aberta em direcção ao céu escuro. Levámos música e boa disposição, uma tenda, almofadas, mantas e tudo para improvisar um quarto, sala, cozinha e casa de banho. Fomos sem saber muito bem para onde, em direcção ao Camping Costa Nova, para nos instalarmos no "nosso" bocado de terra. Fomos e quando chegámos, no fim do dia, sentimos um vento forte e frio, toda a gente de cabelo no ar, bem agasalhados e um certo caos trazido pelo ar desconfortante. Percebemos que nos esquecemos de levar roupa de inverno (porque na verdade estamos no verão, certo?), mas depois de providenciarmos agasalhos percebemos que haveria de correr tudo bem. Assim foi.
Today's thought
30.8.16
Será que devo começar a fazer listas de planos e projectos para
concretizar (ou para deixar por concretizar) como toda a gente?
[Pic via Pinterest]
Faróis portugueses de portas abertas ao público
25.8.16
Numa noite destas estava às portas do Farol de Aveiro, na Praia da Barra e vi que tinham visitas às quarta-feiras. Lamentei-me por perder a oportunidade de o visitar, já que sempre tive muito interesse em conhecer mais de perto o funcionamento daqueles monstros cuja luz se estende por vastos quilómetros mar adentro. Passados uns dias descobri que afinal a Autoridade Marítima Nacional permite visitas gratuitas aos faróis de norte a sul do país, sempre às quartas no período da tarde, e tratei de me proporcionar essa oportunidade. Assim sendo, esta semana visitei um daqueles que me está mais perto: o de Vila Real de Santo António.
Ser livre é...
18.8.16... ir à praia com o intuito de comer um gelado e depois perceber que se está a tão poucos metros do mar que não faz sentido ir embora sem dar um mergulho. É pensar em seguida que não se veio munido de roupa de banho o que inviabiliza a hipótese do tal mergulho. É perceber logo depois que, na verdade, isso não faz diferença absolutamente nenhuma. E sim, mergulhei.
3 bons motivos para fazer uma road trip no verão
12.8.16
Amanhã vamos de viagem e já que meio país está no sul, nós rumamos ao centro para ver se desintoxicamos da confusão (e só espero que não vamos intoxicar-nos com o fumo, dado o dântico cenário de incêndios que se tem erguido ao longo desta semana). Adiante, a ideia era percorrer os Passadiços do Paiva e já com bilhetes comprados, heis que a serra começou, lamentavelmente, a arder. O plano B já existiu e já deixou de existir porque decidimos relativizar. É provável que passemos por Aveiro, no litoral e é provável que visitemos algumas aldeias de Xisto na Serra da Lousã, mas logo se vê. Levamos um caderno com alguns apontamentos de possíveis locais a visitar (para não andarmos completamente perdidos) e é só isso.
Os incêndios
9.8.16
Hoje o céu acordou cinzento, resquícios de que a terra arde novamente a largos quilómetros daqui. O ar pesado da manhã trouxe-me memórias de há uns anos atrás quando também o terror dos incêndios veio agitar os dias tranquilos da minha terra. Lembro-me da noite em que, ao longe, o som ensurdecedor das chamas a consumir tudo quebrava o silêncio, matando pelo caminho todos os restos de vida, numa caminhada galopante para as povoações. Foram dias a acordar com as cinzas a tisnar-nos a pele e a poluir-nos o ar. Contra tudo isto inúteis assistimos às paisagens de uma vida a desaparecer. Foram dias difíceis, de coração apertado. Os incêndios... não sabemos exactamente como começam e nunca saberemos como irão terminar. Não se percebe as medidas de quem os combate, cresce indignação quando nos obrigam a abandonar a casa de uma vida, não nos deixando ficar e lutar por ela. Odiamos as regras impostas porque no torpor de toda a inquietação perdemos a razão. Em contraste, também se vêm crescer os laços de solidariedade, numa genuína preocupação com o outro que é nosso amigo, familiar, vizinho, ou até mesmo nada! Juntam-se forças pelos heróis que no terreno e muitas vezes sem o conhecer, procuram travar o avanço das chamas numa luta tantas vezes inglória. Os incêndios não são fáceis de combater, ou de perceber e sobre eles só sei que têm essa capacidade assustadora de deixar atrás de si uma desolação imensa. Contudo, depois de se extinguirem, as plantas brotam da terra revitalizada com mais força e nós conseguimos erguer-nos das cinzas. Quando tudo passa já não se ouvem os helicópteros nem as sirenes e a vida serena-se e reconstrói-se a cada novo dia. Haveremos sempre de sobreviver-lhes, de uma forma ou de outra.
6 on 6 | Agosto 2016
6.8.16
VIAGENS. Aviões, trânsito, estrada, vento na cara, novas paisagens, cidade, campo, praia, montanha, calor, frio, chuva, neve, dormir bem, dormir mal, calma, confusão, liberdade, paz, comida, pessoas, cultura, lugares, transição, ténis, botas, movimento, gargalhadas, memórias, histórias incríveis, novidade, tempo, horas, parar, caminhar, explorar, bilhetes, comboio, mochila, mala, casa atrás, o básico, o necessário, os livros, as fotografias, os postais e os imans do frigorífico são palavras soltas que me vêm à cabeça quando me lembro das minhas viagens. São palavras minhas, mas que podem também ser de tanta gente. Palavras que, a par de outras tantas, descrevem na perfeição este incrível universo.
O Verão
24.7.16
O verão da minha infância era os gelados, as férias lectivas intermináveis, os piqueniques com os amigos debaixo da alfarrobeira na casa da avó, os banhos de ribeira nas idas à serra com o avô Manuel e os mergulhos de piscina e mar com os pais, os primos e os tios. Era o acordar cedo e ter aulas de natação antes de ir passar o dia na casa da avó Albertina. O Verão era saber que religiosamente ao domingo íamos à praia, que não ia haver estacionamento para o carro, que ia ser um mar de gente e que à noite íamos ao café comer um gelado. Era os serões tardios na casa da Maria do Carmo e das outras vizinhas a jogar ao dominó e à carta. Era passar muitos dias com a Liliana, o Leonel, o Mauro, a Jaqueline, a Carolina e a Ana em aventuras que criávamos, em brincadeiras que fazíamos criando laços que até hoje não se quebraram.
Amor, comprei sapatos
13.7.16
"Então o que tens a dizer em tua defesa perante três novos pares de sapatos, Vânia?"
"Não vais acreditar, mas faziam-me mesmo falta! Sim, eu sei que já ouviste isso antes e que os cerca de cinquenta pares que tenho não abonam a meu favor, mas olha: temos um casamento em Setembro, o que explica os saltos de dez centímetros com tacão agulha (que vou calçar durante uns dez minutos). Mas não te preocupes, comprei em promoção por uma pechincha. As Tropeziennes douradas é porque, enfim, não tinha nenhumas sandálias douradas. Acreditas que não tinha mesmo? Tinha pretas, castanhas, azuis, prateadas, coloridas, verdes, coral mas, imagine-se lá, não tinha umas da cor do ouro! E olha que dá sempre jeito! Já as sandálias boho com pompons, asas e toda a pinderiquice a que uma mulher tem direito é porque era mesmo o que eu estava a precisar para os dias mais casual. Ainda por cima são portuguesas, feitas à mão, são de pele e não tenho nenhumas tão giras e originais. Ah, e ainda têm atilhos de gladiadoras. Sabes que não tinha umas dessas ainda? É como te digo, faziam-me todos muita falta. A boa notícia é que sou uma máquina a poupar dinheiro e comprei todos com desconto. Não é o máximo?"
Agora aqui entre nós que ninguém nos ouve, acham que o convenço?
Ser Selecção é...
6.7.16
...não ter interesse nenhum por futebol, estar a correr durante a segunda parte do jogo e ouvir ao longe os gritos entusiasmados das pessoas na rua a anunciar os dois golos, praticamente um a seguir ao outro. É perante isto e a estrada vazia à minha frente, sentir uma vibração de entusiasmo e sorrir.
5 praias que vão querer visitar no Algarve
30.6.16Com a chegada do verão meio país ruma a sul na expectativa de ter umas férias de sonho (o que é óptimo porque faz isto ganhar outra vida). Contudo, tenho reparado, já desde algum tempo, que quando se fala do Algarve na TV automaticamente mostram imagens da calçada e da praia de Quarteira, como se a região se resumisse a isso. Quarteira é cool, é prático ter a praia logo ali à mão de semear e prédios plantados junto ao mar mas o Algarve é mais do que isso e o melhor, na opinião de quem nasceu e cresceu por aqui (eu, neste caso), não passa por aí. Portanto, temendo pela qualidade das vossas férias (e porque sou amiga), deixo-vos aqui uma lista das cinco praias que devem impreterivelmente conhecer se fizerem uma escapadinha de verão cá para estes lados. Não vos vou indicar praias no barlavento porque apesar de paisagisticamente serem fantásticas tendem a estar atolhadas de gente, muitas vezes com pouco espaço no areal (devido ao perigo de derrocadas das arribas) e as águas são, indubitavelmente, geladas.
Diz que se lermos este livro vamos tirar fotos incríveis
29.6.16
Entrei na Fnac e lá estava ele, bem visível na secção do material fotográfico. Atraída pela presunção do título quis saber o que é que justifica que um livro se exiba assim, tão seguro de si. Caminhei na sua direcção, peguei-lhe, folheei-o e em cinco segundos decidi que o ia levar comigo. Foi amor à primeira vista sobretudo quando percebi que me livrava do peso de ter que dominar o know how técnico para tirar boas fotografias. Encantei-me ainda mais quando, já em casa, a páginas tantas, li que não precisamos de ter um equipamento de topo para fotografar bem, apenas precisamos de treinar a máquina mais importante de todas: os nossos olhos. Na verdade este livro ensina-nos tudo o que, enquanto fotógrafos amadores, precisamos saber para fotografar e por isso apeteceu-me partilhá-lo convosco. Fala de luz, de composição, desconstrói a máquina fotográfica e os seus menus complicados e incentiva-nos a experimentar o tão temível modo manual. Ainda não acabei de o ler mas já acho que foi o melhor investimento em fotografia que fiz nos últimos tempos.
P.S. Face a tão positiva crítica só me resta dizer que é uma pena que o autor não me pague comissão. :)
Eu versus Vida
27.6.16
A ilustração é da Mariana, a Miserável e foi criada a propósito das comemorações do S. João no Porto. Surripiei-a para o desktop do meu computador porque acho que, como tantas outras ilustrações da artista, é uma boa metáfora sobre a vida e a existência humana. Gosto da forma como os desenhos dela, parecendo despreocupados, são tão cheios de histórias e entendimentos, carregados de significados. Acho-os divertidos, toscos e por isso mesmo, muito bonitos.
Este em particular chamou-me a atenção porque resume o meu entendimento sobre a vida: nós perante algo que é inesperado, que tanto nos magoa e nos ofusca como nos surpreende positivamente, tanto nos faz rir como chorar e tanto nos diverte como nos assusta, cheia de percalços e desvios, do bom e do mau.
Posto isto digam-me lá, já conheciam o trabalho da Mariana, a Miserável?
E já agora: que ilustradores vos inspiram?
Este em particular chamou-me a atenção porque resume o meu entendimento sobre a vida: nós perante algo que é inesperado, que tanto nos magoa e nos ofusca como nos surpreende positivamente, tanto nos faz rir como chorar e tanto nos diverte como nos assusta, cheia de percalços e desvios, do bom e do mau.
Posto isto digam-me lá, já conheciam o trabalho da Mariana, a Miserável?
E já agora: que ilustradores vos inspiram?
E a mulher que existe por detrás de uma gravidez?
22.6.16
No chá de bebé da Ana, estava ela a abrir as prendas quando se deparou com um protector solar. Vi-lhe os olhos a iluminarem-se e perguntou à autora do presente: "É para mim?" "Não, é para o bebé, claro!", foi a resposta que obteve. Nesse momento, ali no meu canto de observadora atenta pensei: "Merda, devia ter-lhe comprado os cremes hidratantes". Acontece que quando estava a magicar o que lhe oferecer o meu primeiro pensamento foi comprar um óleo de amêndoas doces e outros produtos bombásticos no combate às estrias. Nesse momento pareceu-me óbvio porque pensei nela, no que precisaria para se recompor da gravidez (ou para a sua pele lhe sobreviver). Contudo, ainda não estava certa se seria o presente ideal, andei a ver outros produtos e pelo caminho encantei-me por algo para o bebé. Aí rapidamente me esqueci que por detrás daquela barriga de grávida há uma mulher que também merece ser mimada. Na verdade esquecemo-nos disso muitas vezes, da mulher que existe por detrás da gravidez. Pois bem, não volto a cometer esse erro e começo por me redimir levando-lhe, quando a visitar (agora que já teve o bebé), o que realmente lhe deveria ter oferecido naquele dia: um presente para ela, a mulher.
Planos para o verão
16.6.16Este ano, num belo dia em que fazia umas pesquisas na net que não tinham nada que ver com praia, férias, camping ou descanso, dei de caras com os Passadiços do Paiva em Arouca. Tive imediatamente uma certeza: já temos planos para o camping deste ano. E é só mesmo isso: vamos fazer o percurso pedestre dos Passadiços do Paiva. Faremos mais, certamente, mas quando estivermos lá logo de vê!
E vocês, já têm planos para o verão?
Têm dicas sobre os Passadiços?
[Foto via Pinterest]
"Eu não sou racista mas..."
13.6.16
Eram onze da noite e ouvi, a meio de uma conversa, alguém dizer: "Eu não sou racista mas não gostava que a minha filha casasse com uma pessoa de cor". Pois bem, dizer isto é ser-se racista (por muito que tentemos mascará-lo com uma proclamação de não racismo antes das palavras discriminatórias). No fundo esta frase significa que se aceita o outro mas só se não formos confrontados com a hipótese de o ter "infiltrado" na nossa vida, na nossa família e na nossa intimidade. Aceitar o outro parcialmente não é aceitar, é ser-se fingido, é estar a enganar-se e aos outros. Se eu não sou verdadeiramente racista não me faz diferença se o outro se casa com os meus filhos ou não e consigo perceber que o "ser de cor" não quer dizer porra nenhuma porque todos temos uma cor, a da nossa pele, e uma raça, a humana, e um coração e dois pulmões e dois olhos mais ou menos rasgados, tanto faz! Não há duas pessoas iguais sejam brancos, pretos, amarelos ou cor-de-laranja e ser-se verdadeiramente não racista é aceitar o outro e pronto. É perceber que não existem de facto raças mas diferenças, existo eu, tu e o outro num mundo meu, teu e nosso onde todos temos (ou devíamos ter) direito de existir.
Côte D'Azur
11.6.16Se há viagens que fazemos com o coração esta foi uma delas. Foi a primeira viagem ao estrangeiro com o Sérgio e fomos ao encontro das minhas duas tias que vivem no sul de França. Foi o conhecer do mundo delas, o reencontrar os primos que não via desde a infância e o encantar-me pelo ar turístico e ainda assim bastante provençal da costa sul de França.
Coisas que me chateiam
7.6.16Detesto que me digam o que consigo ou não consigo fazer. A única pessoa que pode impor limites a mim mesma sou eu.
P.S. Lá estou eu e o meu mau feitio :)
P.S. Lá estou eu e o meu mau feitio :)
6 on 6 | Junho 2016
6.6.16
Pela primeira vez deixei o 6 on 6 para os últimos dias (mesmo os últimos, acreditem!) e ainda assim escolhi todas as fotos para depois perceber que não estava especialmente agradada com nenhuma. Deixei para depois o texto por escrever sabendo que algo ia ter que mudar, o caminho não era por ali. Não estava inspirada e por isso apaguei tudo e comecei de novo.
Só porque sim
4.6.16
Vou acumulando fotos até que em belos dias, como o de hoje, me dá vontade de as mostrar ao mundo, só porque um dia me fizeram sentido! Não têm que ser espetaculares mas é essencial que possam contar histórias para que ao mostrá-las não me apeteça acrescentar-lhes palavras.
Vamos lá falar de escolas?
31.5.16
Bem sei que já todos estamos fartos do assunto, que não se fala em mais nada ultimamente e que tem sido uma constante sermos abalroados com informação sobre a luta "financiamento da escola pública vs financiamento da escola privada" mas hoje, depois de ver este vídeo, não consegui deixar de rir, claro está, mas também de pensar que este país tem uma quota-parte de gente alucinada que quer viver à grande mas, sendo "poucochinha", não percebe que o Estado (que somos todos nós, by the way!) não tem que financiar os seus caprichos. Querem os meninos na escola privada? Paguem do próprio bolso na íntegra. Não podem pagar? Fica a informação de que o ensino público também pode ser de qualidade e que escumalha encontra-se em todo o lado e não se mede pelo dinheiro ou pelos meios que frequenta, vá-se lá perceber porquê! E não, o Estado não tem que pagar o privado havendo respostas ao nível do ensino público, o que tem que fazer é criar condições para que, no ensino público (que, ainda que com alguns custos, é um ensino acessível) a educação seja cada vez mais aquilo que teoricamente já é: um direito humano inquestionável e para todos.
Livros
23.5.16
Gosto de livros. Livros reais, daqueles de papel. Daqueles que sentimos, cheiramos, folheamos, deixamos cair no chão e apanhamos sem remorsos ou medo que se partam. Aqueles que enfiamos dentro da mala de qualquer maneira e pousamos na mesa de cabeceira, no banco de jardim ou na mesa do café. Em casa faço-me rodear de livros porque gosto de os sentir por perto, aquela presença aberta ao mundo, a outros mundos, que nos enche de possibilidades de conhecer. Nas viagens fazem-me sempre companhia e são os melhores amigos nos tempos mortos, nas esperas, nos aviões ou nos comboios. No verão, agora que os dias e as noites começam a aquecer, começo a sentir-lhes muito mais necessidade, a desejar aquele momento em que vou pegar num, refugiar-me num canto sossegado da casa ou do jardim e seguir viagem para onde me levarem as palavras. Não me encanto necessariamente pelos best sellers (mas também não os repudio). No fundo um livro prende-me por tudo e por nada, pelo autor, pelo que representou escrevê-lo, pelo título, pela capa, pelo primeiro parágrafo que leio, sorteado ao acaso, quando lhe pego pela primeira vez ou por nada disso, simplesmente pelo feeling de que poderá interessar-me e pela eminência do que me poderá fazer sentir.
E vocês, como se relacionam com os livros?
E vocês, como se relacionam com os livros?
Today's thought
Porque será que às segundas custa horrores manter os olhos abertos pela manhã?
Today's thought
19.5.16
Enquanto continuarmos a ter projectos que terminam de três em três anos (se não menos) vamos ter cenários de descontinuidade, sobretudo na intervenção junto de grupos em risco de pobreza e exclusão social. Isso, para quem trabalha e acredita no potencial das pessoas, desbravando caminho para que aprendam a ter uma vida mais reflectida, com mais oportunidades e, por tudo isso, mais feliz, é uma grande frustração.
Esse fenómeno estranho que é o livre arbítrio
14.5.16
Esta semana a notícia acerca do decote pronunciado que a Carolina Patrocínio ousou usar no casamento da irmã e o programa "E se fosse contigo", na SIC, acerca da homofobia, fizeram-me pensar que, neste país, ainda somos mentes tacanhas face àqueles que ousam aceitar-se e ser felizes na diferença e com a diferença (o que me parece extremamente libertador).
Eu própria que, por defeito profissional, vou tendo oportunidades para desconstruir preconceitos, no domingo passado dei comigo a observar um rapaz com gestos afeminados curiosa para saber o que haveria de saltar dali. Não o gozei, não o descriminei, não pensei "coitado tem que se ir tratar", mas achei-lhe uma certa piada e chamou-me a atenção.
Eu própria que, por defeito profissional, vou tendo oportunidades para desconstruir preconceitos, no domingo passado dei comigo a observar um rapaz com gestos afeminados curiosa para saber o que haveria de saltar dali. Não o gozei, não o descriminei, não pensei "coitado tem que se ir tratar", mas achei-lhe uma certa piada e chamou-me a atenção.
Hoje
12.5.16
A senhora do call center que me ligou esta tarde a "oferecer" a adesão a um conhecido cartão de crédito perguntou-me a idade. Eu respondi-lhe imediatamente "Vinte e..." e antes de concluir calei-me porque percebi que os vinte já foram, agora já são trinta e um e continuo a não encarrilhar com isso.
Era uma vez um bolo de iogurte
8.5.16
Não simpatizo com bolos de iogurte, contudo, há uma receita da Nigella Lawson, do livro Nigelíssima (de receitas italianas) que me seduziu porque não sabe iogurte, é facílimo de fazer e fica com um aspecto muito mimoso. Ontem houve jantarada cá em casa e apeteceu-me fazer o dito cujo bolo que na verdade não tem nada que enganar, já que os poucos ingredientes que leva são medidos com um copo de iogurte. Em dias de chuva adoro o cheiro de um bolo acabadinho de sair do forno a inundar a casa, portanto foi um verdadeiro acto de inspiração e carinho preparar aquela massa, certa de que não havia como a coisa correr mal. Contudo, tamanha certeza mostra a minha ingenuidade porque na cozinha, como na vida, há sempre algo que pode dar para o torto num piscar de olhos e sem sabermos muito bem como ou porquê (sobretudo se eu estiver envolvida). Aquele bolo ficou condenado quando decidi colocar a massa numa daquelas formas em aro com fundo amovível. Uma daquelas que são super fáceis de desenformar e que uso muitas vezes por isso mesmo. Não tinha tido problemas com ela até ontem quando, já no forno, o fecho da forma, por obra e graça do Espírito Santo, se lembrou de desapertar (quando o bolo ainda estava líquido) e a massa escorreu para o fundo do forno. "Foda-se" foi o som que saiu da minha boca quando me deparei com tamanho cenário. E escusado será dizer que já não havia tempo para fazer outro bolo.
6 on 6 | Maio 2016
6.5.16
PADRÕES. O 6 on 6 continua e este é já o quinto mês, dá para acreditar? O mais engraçado é que começámos sem saber bem no que ia dar mas temo-nos mantido cheias de genica, apesar dos mil e um afazeres que nos assolam a todas. Nos bastidores do 6 on 6 a escolha dos temas tem sido tão natural e consensual que nem dá para acreditar. Inicialmente fizemos uma lista, votámos os temas preferidos mas depois não decidimos exactamente o que fazer com ela. Acontece que de forma natural, a cada mês uma de nós sugere um novo tema da lista (ou sem ser da lista, tanto faz!) e tem calhado que as restantes simplesmente alinham sem discussões. Acho que estamos tão ávidas pelo desafio que todas as ideias são sempre bem vindas.
Açores | Ilha de São Miguel
27.4.16
Fui aos Açores e comi, comi, comi. Pronto, é isso. Não, não tenho histórias mirabulantes para vos contar, essas terão que as viver vocês mesmos. Tenho as fotos para vos mostrar dos poucos momentos em que não estive a trabalhar (ou a comer). É triste dizer-se isto duma viagem mas a verdade é essa: tenho a sensação que não fiz mais nada nas duas vezes que visitei a Ilha de São Miguel a não ser empanturrar-me em pequenas delícias nos intervalos do trabalho. Desde os pastéis de nata de ananás e maracujá aos queijos e bolos lêvedos, venha o diabo e escolha. Eu não fui capaz de escolher por isso provei tudo a que tinha direito.
Hoje, um brinde à Pachamama
22.4.16
Hoje é Dia da Terra e a Sofia fez-nos lembrar deste hino a La Casa Grande, aos Direitos Humanos e da Terra e àquele projecto que foi uma aventura vivida com o coração (e onde tive a sorte de poder participar). Um mês de partilhas, de reflexões, de aprendizagens. Um mês que foi tão intenso como se fosse um ano. Um mês a testar metodologias para trabalhar estas temáticas. Um mês com organizações de Portugal, França e América Latina e com gente que trabalha com o coração muito pertinho das mãos, no respeito profundo pela terra e pelas pessoas. Um mês onde cada um de nós se envolveu por completo e à família, aos amigos e às suas redes. Um mês em que nos entregámos, nos despojámos de tudo e demos o que tínhamos a dar ao que nos tínhamos proposto. Um mês que nos marcou a todos para sempre e nos deixou estranhamente ligados (ainda que tão dispersos no mundo). Um mês onde fomos família e se calhar, ainda que alguns dos nós não mais nos vejamos, nos fez família para sempre. Como fazíamos nos nossos brindes, hoje, ao brindarmos, mais uma vez o primeiro gole vai para a Pachamama! :)
Em Abril, águas mil
21.4.16
A chuva é uma grande chatice, todos sabemos, mas é absolutamente necessária. Este ano tem sido literalmente um mês de Abril águas mil e tenho usado e abusado das galochas. Contudo, ultimamente ando com outras ideias na cabeça e pretendo elevar a um outro nível a minha relação com esta primavera caprichosa e encharcada. Como não sou fã de sombrinhas (simplesmente não as uso porque não são práticas, perco-as e acabo por me molhar na mesma) estou com vontade de investir num raincoat daqueles que nos permitem estar debaixo de água uns valentes minutos e sair ilesos. Apetece-me uma peça straight e minimalista mas marcante e cheia de estilo. Algo assim, por exemplo:
Today's thought
19.4.166 on 6 | Abril 2016
6.4.16
CORES. Este mês andei a engonhar com as fotografias do 6 on 6. Achei o tema muito interessante no início mas depois só me lembrava de fotografar frutas, legumes e flores. Não queria, no entanto, focar-me só nisso porque me pareciam fontes demasiado óbvias de cor. A Marta lembrou-se ainda de nos sugerir um desafio extra, que este mês procurássemos fotografar fora da nossa zona de conforto. Uma das sugestões, a que me ficou na cabeça, foi que fotografássemos objectos nossos. Pensei que mais desafiante ainda seria mesmo fazê-lo indoor, porque todos sabemos a dificuldade que pode ser encontrar a luz certa para uma fotografia perfeita entre paredes. Apesar de achar uma óptima ideia acrescentar uma dificuldade ao desafio, demorei algum tempo a encontrar a minha essência no meio destas ideias todas.
O copo menstrual
3.4.16
Quando ouvi falar dele pensei cá para mim: não me parece que algum dia vá utilizar isto por muito ecológico que seja. Contudo, o universo encarrega-se sempre de nos fazer morder a língua e como em tantas outras coisas na minha vida, mudei de ideias.
A água
31.3.16
Hoje li um artigo sobre uma campanha que está a decorrer no Brasil para sensibilizar para o desperdício de água e lembrei-me dos bidões amarelos de Moçambique. Lembrei-me de mulheres e crianças a andar quilómetros até chegarem a um poço de água não potável e que muitas vezes não sabem que têm que ferver antes de consumir. Lembrei-me da azáfama em torno daquela cova tosca feita no chão e da espera paciente pela sua vez. Lembrei-me que depois há o regresso a casa, nem sempre logo ali perto, com os pesados bidões em mão. Lembrei-me disso e de como temos sorte porque para nós, países do norte, tudo se resume a abrir uma torneira e deixar correr. Como para nós não é um bem escasso (é, mas não nos apercebemos porque é fácil abrir a torneira), esquecemo-nos de a fechar enquanto esfregamos os dentes, os pratos ou tomamos um duche. Esquecemo-nos facilmente que a água é o nosso bem mais precioso e que se esgota. Esquecemo-nos disso tudo e deixamo-la correr indiscriminadamente pelo ralo abaixo.
Provérbio chinês
30.3.16
Diz um velho provérbio chinês que se uma pessoa trocar com outra um objecto, cada uma delas fica na mesma com um objecto. Contudo, se uma pessoa trocar com outra uma ideia, ambas ficam com duas ideias.
Fantástico, não é?
Gargalhadas
28.3.16
Seis dos nove irmãos juntaram-se hoje todos à volta da minha avó paterna. Houve um momento em que fomos sete porque a tia Flávia lembrou-se de ligar da França para falar com todos. Dos netos éramos só três e das noras também. Faltou o resto, porque faltará sempre, ou não fôssemos nós uma família grande em que alguns estão longe e outros próximos mas inevitavelmente com outros afazeres. Ainda assim, acho que há muito tempo que não se juntavam tantos filhos ao mesmo tempo.
Hoje cruzei-me com uma senhora com boca de palhaça
21.3.16Bem que tentei dar o benefício da dúvida à senhora com quem me cruzei hoje e que tinha transformado a sua boca numa boca de palhaça. Pensei cá para mim em primeira instância: "Cada um faz o que quer da sua vida, do seu corpo e do seu rosto e tu não tens nada a ver com isso". De facto é verdade, cada um tem direito de exibir a sua boca de palhaça como quiser, mas eu também tenho o direito de me indignar com ela e de achar que aquilo é um erro terrível de maquilhagem (já para não dizer de bom senso). Apeteceu-me partilhar com a senhora alguns conceitos que aplico a mim mesma no que toca a este campo e, já agora, noutros da vida: i) less is more; ii) se não sabes ou não tens a certeza, não inventes. Com esses dois princípios em mente mais uma dose razoável de bom senso não há como a coisa correr mal. Não lhe disse nada claro está, afinal de contas era uma desconhecida e ainda corria o risco de levar uma lambada. Isso justifica porque é que agora estou aqui a cortar-lhe na casaca, para não guardar esta indignação dentro de mim.
Planos para amanhã?
18.3.16Gosto quando os fins de semana se avizinham vazios de planos. Para planos já me basta a semana toda agendada, frases ou palavras escritas em linhas organizadas por horas em folhas que representam dias, que se agrupam em semanas, meses e anos. Isto tudo para vos dizer que dias vazios de planos fazem-me falta como a água para beber. Preciso deles para me refrescar mentalmente, para me libertar do peso das horas e dos compromissos. Por isso estou satisfeita com o facto de ter os dois próximos dias em branco e poder escolher preenchê-los ao sabor das minhas vontades. Talvez corra uns quilómetros, talvez leia um livro, talvez veja muitos filmes a bebericar chá esparramada no sofá, talvez visite a avó Ju, talvez faça alguma jardinagem... talvez não faça nada disso e logo se vê!
E vocês, planos para o fim de semana que se adivinha chuvoso?
[Foto por | Fire and Joy]
Há dias em que o universo conspira a nosso favor
16.3.16
Saí para o trabalho a sentir-me um caco porque acordei cansada, preocupada e sei lá mais o quê. Liguei o rádio do carro e estava a tocar esta música. Obrigada universo :)
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