Hoje acordei às sete e cinquenta e cinco
24.10.15
O despertador tocou às sete e quarenta e cinco e eu, como sempre, e mais hoje porque é sábado, achei que ainda tinha direito a mais dez minutos de sono. Acontece que dez minutos depois o despertador insistiu e quando vi as horas percebi que tinha sido um disparate dormir mais aquele tempo. Saltei da cama e o afortunado do cão ficou deitado por entre o edredão felpudo descomposto, a olhar para mim com ar de quem me acha maluca por estar de pé. Se ele não me acha maluca, eu acho!
Lá fora o céu cinzento ameaçava um dia de chuva. O meu corpo reclamou e fui presenteada com uma valente dor de cabeça só para me lembrar da porcaria que pode ser acordar de manhã, em stress, e preparar-me rapidamente para sair, recorrer à base e ao iluminador de rosto para parecer fina e fresca, engolir o pequeno-almoço sem me sentar e estar na loja às 8:30 com o ar mais iluminado de sempre e um sorriso de orelha a orelha para receber quem entra. A dor de cabeça por esta altura já passou, os olhos já não devem estar inchados e eu estou aqui, porque hoje tenho por minha conta a Made In Loco e porque o faço com gosto. E se há conclusão que se pode tirar de tudo isto, é a de que a motivação nem por sombra de dúvida torna mais fácil o acto de madrugar. E a de que cada vez que entro nesta espécie de mercearia vintage made in loco e made with love tenho muita vontade de comprar tudo (mas isso já são outras conversas)!
O meu blogue vive no instagram
22.10.15
Ando sem apetite de vir cá, de demasiado embrenhada que ando com o trabalho. Não que não tenha tempo livre entre um dia e outro, mas canalizo-o para criar outros momentos que me fazem falta. Estranhamente, no meio dos deadlines, das viagens, reuniões, dos papéis e de apontamentos nas folhas da agenda dou comigo muitas vezes a usufruir do tempo livre melhor do que o faço quando estou mais relaxada. Ando muito focada em tudo e a concentração que tenho no trabalho trago para casa e concretizo e aproveito estas horas vazias (mas cheias de outros momentos) muito melhor.
Como o telemóvel anda sempre à mão e publicar uma foto é coisa para levar poucos segundos, tenho andado muito pelo Instagram. Neste momento o meu blogue vive muito mais por lá até que me apeteça e que o vento sopre noutras direcções.
Como o telemóvel anda sempre à mão e publicar uma foto é coisa para levar poucos segundos, tenho andado muito pelo Instagram. Neste momento o meu blogue vive muito mais por lá até que me apeteça e que o vento sopre noutras direcções.
Se quiserem, apareçam! :D
Arrumei as minhas memórias numa mala de viagem
12.10.15
Hoje dei de caras com aquelas duas caixas de sapatos que estão na parte de cima do meu roupeiro. Aquelas que nunca abro e que raramente me lembro que existem, a não ser quando por algum motivo me ponho a remexer nas tralhas. Vi-as e, pela primeira vez desde há muitos anos, peguei nelas.
O que me ocorreu enquanto arrumava foi, para poupar espaço, colocar os conteúdos das caixas de sapatos numa velha mala de viagem compacta, daquelas que servem só para ir de fim de semana porque não cabe lá dentro muita coisa. A mala foi a primeira que comprei numa viagem ao Porto, a minha primeira viagem de avião e a primeira viagem que fiz com o Sérgio (acabei de reparar que está também ela, a mala, carregada de significados e memórias). Na altura parecia-me que nunca ia precisar de grandes malas porque não ia fazer grandes viagens. Enganei-me e a prova disso é que só a usei nessa vez, porque me parece sempre demasiado pequena para o que tenho a levar.
A mala estava tão esquecida como os conteúdos das caixas: as cartas, os pequenos objectos e tantas outras tralhas biográficas que sei que guardei para despertar memórias. Peguei em duas ou três cartas e ia começar a lê-las mas depois percebi que não me apetecia. Não senti especial empatia por nada daquilo, nem vontade de fazer uma viagem ao passado. Cheguei mesmo a pensar que se calhar podia deitar tudo fora porque não ia fazer diferença nenhuma na minha vida. Se calhar tenho razão, não vai mesmo. Ou então vai, porque a verdade é que transferi tudo para a mala e voltei a arrumá-la no lugar. Talvez um dia me faça sentido remexer no passado. Ou então talvez não, mas sinto-me melhor assim, sabendo que arrumei as minhas memórias numa mala de viagem.
A mala estava tão esquecida como os conteúdos das caixas: as cartas, os pequenos objectos e tantas outras tralhas biográficas que sei que guardei para despertar memórias. Peguei em duas ou três cartas e ia começar a lê-las mas depois percebi que não me apetecia. Não senti especial empatia por nada daquilo, nem vontade de fazer uma viagem ao passado. Cheguei mesmo a pensar que se calhar podia deitar tudo fora porque não ia fazer diferença nenhuma na minha vida. Se calhar tenho razão, não vai mesmo. Ou então vai, porque a verdade é que transferi tudo para a mala e voltei a arrumá-la no lugar. Talvez um dia me faça sentido remexer no passado. Ou então talvez não, mas sinto-me melhor assim, sabendo que arrumei as minhas memórias numa mala de viagem.
Fiz um bolo de limão sem açúcar. E sem limão!
1.10.15
É isso mesmo, tal e qual como está no título: fiz um bolo, um bolo de limão. No entanto, ao abrir o frigorífico, percebi que tinha nele mais laranjas do que limão. Foi então que decidi fazer o bolo de limão com laranja. Assim fiz, mesmo sabendo que deixaria provavelmente de lhe poder chamar bolo de limão. O bolo ficou lindo, dourado, quentinho, com um aroma a laranja. Neste entretanto de o confeccionar, desenformar e empratar tive um clique mental, como que um rompante de iluminação no cérebro: foi um daqueles momentos em que gostava de poder rebobinar o tempo. Olhei para o pacote do açúcar, impávido e sereno em cima do balcão, com aquele ar maroto de quem se deixou estar calado enquanto via as asneiras a acontecerem. Tive a sensação de não me lembrar de lhe ter tocado depois de o trazer da despensa e pousar junto da farinha, dos ovos, do leite, do óleo e das laranjas. Para tirar a teima cortei uma fatia de bolo fofo e quentinho. Provei-o e tive a certeza: não havia um pingo de doce naquele bolo, só o suave aroma e sabor da laranja. Comia-se, mas não era delicioso como parecia. Como posso salvar este bolo de limão que afinal é de laranja? Cortei-o em dois, encharquei-o de mel pelo meio, depois juntei as partes e pus mais mel por cima. A massa ainda quente absorveu o mel, de tão sedenta que estava de doce. Fiquei contente porque ao provar uma nova fatia percebi que estava doce. Afinal sempre fiz um bolo de limão. Sem limão, é certo. Sem açúcar também. Mas fiz um bolo de limão com laranja e mel. E sem açúcar!
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