Escrevi a última publicação dois dias depois de te ter conhecido. Foram as palavras de maior felicidade que consegui escrever no último ano e meio em que andei às voltas a tentar encontrar-me. Consegui-o justamente no momento em que me perdi por ti, contigo, graças a ti. 

Dizes que te faço bem. Também tu a mim. Ainda assim não percebo porque insisto em pisar velhas pegadas já decifradas pela vida, quando podia simplesmente continuar por caminhos incertos para onde todas as setas apontam, independentemente de trilhados com ou sem ti. Parece que tenho uma dificuldade indecifrável em deixar de seguir velhos sonhos, desapegar-me de antigos projetos e fazer, simplesmente, o que me apetece, de coração. Desconheço se isso será bom ou mau e creio que só o tempo o dirá. 

Sem juízos de valor, sem esperanças em mim, em ti, em nós e com a certeza de que somos uma tempestade num copo de água, estou ciente de que a vida nos juntou por algum motivo ainda por descobrir. Acho que os dois precisávamos de ser chocalhados na nossa existência e quero acreditar que ambos tivemos esse efeito um no outro, assim como a capacidade de nos desafiarmos e encontrarmos uma espécie de equilíbrio sagrado que nos atirou para fora das nossas zonas de conforto. 

Trinta e depois dias depois não sei para onde a vida nos leva, nunca teremos como saber. Sei, contudo, que agora, para sempre, somos o que construímos juntos e isso ela não nos pode roubar. Somos fogo, somos mesmo fogo e não sei se há água que nos consiga apagar.    

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